Há sempre algo que podia mudar para melhor. Ideias não faltam. Mas, quando chega a hora da acção… Há 3 factores que nos impedem de mudar.
Depressa identificamos áreas onde algo podia melhorar. Somos melhores a encontrar coisas menos positivas, do que a melhorá-las.
Analisamos o que é preciso fazer para que a mudança aconteça. Percebemos que a mudança implica novos hábitos…
E aí surgem as entraves.
A busca pelo conforto foi um dos factores-chave que trouxe a Humanidade ao estado de evolução em que está hoje.
Se não sentíssemos essa necessidade, ainda teríamos de ir caçar cada vez que queríamos comer, ao invés de ir ao frigorífico, e já está.
Gostamos do que é expectável, daquilo que já conhecemos. Desta forma, não precisamos de estar sempre preocupados com o que possa acontecer nos próximos minutos. Já sabemos como as coisas vão acontecer porque temos uma rotina.
Se, quando vem um dia diferente, temos tendência a ficar mais ansiosos, quando queremos mudar os nossos hábitos, o nível de ansiedade é maior.
Mas, se reflectirmos sobre os nossos hábitos de hoje, uma boa parte deles já foram desconfortáveis. Até andar já foi desconfortável, mas como continuámos a praticar, acabámos por aprender, até ao ponto em que se tornou tão natural, que já nem pensamos, conscientemente, que sabemos andar.
Então, os novos hábitos são desconfortáveis, até que se tornam confortáveis.
O factor decisivo para chegar à fase do confortável é ter bem claro qual é o grande benefício que advém desta mudança.
Começamos por idealizar ao pormenor como a nossa vida vai melhorar: o que se torna possível, o que passamos a fazer, como vamos sentir-nos e, sobretudo, o que mais se torna possível noutras áreas da vida, ao fazer esta mudança.
Fazemos isto porque nos tira de um estado de baixa energia, em que o foco está no desconforto, e nos transporta para um estado de alta energia.
Idealizar traz o sentimento da conquista para o momento presente. Como se fôssemos ao futuro perceber como podemos beneficiar dos novos hábitos, ver que é possível tornar-se realidade e, depois, voltarmos para o presente para pôr em prática.
Até parece que já estamos mais perto da nossa conquista, só de a imaginar a acontecer, e a verdade é que estamos.
Quando somos capazes de visualizar, na nossa mente, uma realidade, sabemos que é possível concretizá-la. Se conseguimos imaginar, conseguimos concretizar.
Então, sabendo que é possível, começamos a acreditar mais no nosso potencial e, quando acreditamos no nosso potencial, incutimos mais intenção nas nossas acções.
É esta alta energia que serve de combustível para dar o salto, dá-nos aquele nervosinho bom que sentimos quando sabemos que vamos fazer algo importante e com impacto.
Apenas falta saber como fazer.
Vídeo "A Importância de Acreditarmos na Mudança" na comunidade do Facebook.
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O que tudo isto significa é que podemos usar a necessidade de conforto a nosso favor.
Se queremos mudar algo, é porque acreditamos que será uma mudança para melhor.
Assim, o que vem a seguir a um processo desconfortável é um lugar ainda mais confortável do que aquele em que estamos agora.
Em tempos, andávamos a pé, mas isso tornou-se muito lento e, então, começámos a andar de cavalo.
Depois, passámos para as carroças e, quando as carroças já não eram rápidas o suficiente, surgiram novas opções para dar resposta à necessidade de fazer mais em menos tempo.
Comboios, carros, autocarros, aviões…. E continuamos a descobrir novas velocidades.
Habituámo-nos a obter tudo muito depressa, a que tudo aconteça depressa, a não ter de esperar por resultados.
Agora, compramos online para nos mantermos no conforto das nossas casas e queremos receber as encomendas no dia a seguir (excepto se for comida: isso queremos daí a 10 minutos).
Mais rápido do que uma deslocação rápida é não a fazer, sequer.
A evolução é algo bom e surgiu da necessidade de melhor. Dessa necessidade de melhor surgiram novas respostas, novas tecnologias, novas ferramentas.
Isto significa que, quando usamos os impedimentos a nosso favor, em vez de eles nos controlarem, o resultado é a evolução e o melhoramento.
Há, simplesmente, coisas que continuam a demorar o seu tempo.
Mudanças significativas na vida é uma dessas coisas.
Transformação demora tempo. Aprendizagem demora tempo. Um processo demora tempo.
No dia em que aprender for instantâneo, não precisamos de viver tanto tempo. Viver ia tornar-se extremamente aborrecido por não termos o sentimento de novidade, o desafio de fazer mais e melhor
Por isso, se temos algum projecto, alguma ideia, ou algo que gostávamos de mudar na nossa vida, precisamos de aceitar isto e, além disso, perceber que é bom passarmos por desafios.
Nestes casos, não há resultados instantâneos e a persistência é chave.
Além de ser desconfortável, sabendo que vai demorar tempo, temos tendência a adiar o início desta mudança.
Mas, quanto mais tempo demoramos, mais vantagem damos à inércia e pior nos sentimos por estarmos a adiar algo que sabemos que nos faria sentir melhor.
Queremos melhores resultados, mas não queremos ter de passar pela mudança
Por outras palavras, queremos resultados para ontem, mas começar só amanhã.
Uma boa forma de evitar este adiamento, depois de percebermos bem o benefício que virá desta mudança e de aceitarmos que os processos demoram o seu tempo, é fazermos um plano.
Um plano dá-nos direcção, um início e um fim. Conseguir estipular um início e um fim para o nosso objectivo de mudança é importante para imensas coisas:
Sabemos que existe, realmente, uma data para conseguirmos fazer a nossa mudança.
Ninguém quer fazer uma mudança se não souber quanto tempo vai demorar. Precisamos de saber com o que estamos a contar, em que nos estamos a meter.
Imaginemos, por exemplo, o Covid. Uma das coisas que mais incomoda é não sabermos durante quanto tempo teremos de viver nesta realidade. Se soubéssemos a data de fim desta pandemia, podíamos acalmar-nos, dizendo “é só até…”. Mas, não sabemos.
Quando sabemos quanto tempo esperar por algo, vemos automaticamente a luz ao fundo do túnel. Sabemos logo que existe bonança depois desta tempestade.
Então, um plano com data de início e fim é crucial para passarmos pelo processo com leveza.
É possível partir um novo hábito em vários pequenos hábitos, espaçados no tempo
Uma mudança são várias pequenas mudanças. Isto significa que atingir qualquer objectivo ou mudança requer pequenas acções diárias. Se nos focarmos apenas no objectivo final da nossa mudança, só vemos uma diferença abismal entre o ponto onde estamos agora e aquele onde queremos chegar e isso pode desmotivar.
Então, se em vez de nos focarmos apenas no objectivo final, nos focarmos, também, nas conquistas diárias, obtemos uma prova palpável de que estamos a fazer progressos e cada vez mais próximos do fim.
Somos capazes de medir o nosso progresso ao longo do caminho
Muitas vezes, fazemos progressos sem dar conta. Estando apenas focados no objectivo final, negligenciamos todo o progresso que já fizemos, o que causa imensa frustração.
Outras vezes, não estamos mesmo a fazer progressos. Andamos às voltas, que nem umas baratas tontas, sem sabermos o que fazer. O resultado disto: sentimo-nos estagnados.
Além disso, queixamo-nos que não somos consistentes nas nossas acções, que não estamos motivados e que não sabemos levar um objectivo até ao fim.
Esta frustração e estagnação eliminam-se com a elaboração de com um plano.
Se soubermos exactamente que tarefas precisamos de fazer diariamente ou quais são os marcos intermédios mais importantes para chegarmos ao nosso objectivo, somos capazes de ir medindo o nosso progresso ao longo do caminho.
Conseguimos ajustar o caminho ao que vai aparecendo.
O melhor plano é o ajustável.
Algumas datas conseguiremos cumprir, outras não. Somos seres humanos e, às vezes, há factores externos que nos atrasam e com os quais não contávamos.
Então, ao medir o nosso progresso, podemos aperceber-nos de que algo não está a acontecer na altura estipulada. Mas, isto apenas é possível se tivermos um plano que possamos analisar.
Vídeo "Como Fazer Um Plano de Accção Infalível" na comunidade do Facebook.
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Se virmos que estamos a atrasar-nos nos nossos prazos, podemos fazer-nos algumas perguntas.
- O prazo que estipulámos é realista?
- Houve alguma coisa que mudou desde o início do plano?
- Estamos a ter em atenção as circunstâncias actuais?
Depois de respondermos a estas perguntas, ajustamos o plano e continuamos o nosso caminho.
O que isto significa é que, muitas vezes, quando não atingimos os nossos objectivos de mudança, não é porque eles eram impossíveis.
É apenas porque não tínhamos um plano que nos guiasse durante todo o processo.
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
Ao longo da vida, habituamo-nos e desabituamo-nos a várias coisas.
Estamos em constante desenvolvimento, em constante procura de respostas, de melhoramentos e é isso que nos leva à evolução. A mudança é sempre possível.
Se queremos mudar algo, se acreditamos que podíamos tornar a nossa vida ainda mais realizada… Está na hora de arregaçar as mangas: lançar-nos ao desconforto para que possamos atingir um conforto ainda maior, aceitar passar pelo processo e estipular um plano que nos guie durante o caminho.
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