Existem várias formas de dar ao outro a nossa opinião honesta. Ofender, ou não ofender, já é outra história. Então, como criticar sem ofender?

 

Primeiro, é preciso salientar que não podemos controlar totalmente a forma como o outro vai reagir às nossas palavras. O que podemos fazer para criticar sem ofender é comunicar da melhor forma possível. Desta forma, minimizamos as possibilidades de uma reacção negativa por parte do outro e maximizar a sua motivação.

 

Seja no trabalho, em casa, ou na escola, há muitas alturas em que precisamos de dizer ao outro o que achamos.

No trabalho, podemos ter de comentar o desempenho ou apresentação de alguém. Em casa, podemos ter de comentar as acções de um filho ou companheiro. Na escola, podemos ter de comentar o trabalho de um aluno ou professor.

 

E a última coisa que queremos é criar mau ambiente e ofender. Afinal de contas, dizer ao outro aquilo que achamos sobre o seu desempenho serve para ajudar.

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É que, se não dissermos as coisas, também não podemos ajudar os outros a melhorar.

Além disso, todos têm o direito de melhorar e ajudar não deve ofender.

 

Comentar o desempenho de uma pessoa ou, por outras palavras, dar feedback a alguém, pode ser muito simples.

 

Então, como se faz isto?

 

Não faria tanto sentido pôr o pão com sementes do topo na base e o pão da base no topo, ou até começar com os ingredientes do meio no topo.

Assim: o pão será o que há de positivo a apontar no desempenho da pessoa e o conduto aquilo que pode ser melhorado.

 

Imaginemos um exemplo em que é preciso comentar objectivamente o trabalho de um colaborador e queremos fazê-lo sem ofender.

 

Antes de começarmos, é importante perceber a importância de ser específico quando damos esta crítica construtiva, (até no que apontamos de positivo). Quanto mais específicos formos, mais ajudamos a pessoa.

 

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3 Dicas Para Comunicar De Forma Clara E Eficaz

 

Vejamos 2 exemplos:

Exemplo 1

“Achei aborrecida a forma como apresentaste o tema”

 

Exemplo 2

“Podes dar mais dinamismo à apresentação se usares exemplos práticos e gráficos para explicar a mensagem”

 

No exemplo 1, o colaborador sabe o que não correu tão bem, mas não como pode melhorar.

No exemplo 2, o colaborador sabe o que fazer na próxima apresentação para ter um desempenho ainda melhor.

 

Então, qual a grande diferença entre um exemplo e o outro?

Podia ser a quantidade de palavras, mas é mais do que isso.

É a especificidade daquilo que dizemos, que dá ferramentas a quem recebe este feedback para poder melhorar.

 

Ser objectivo no discurso é mesmo muito importante para que o outro possa saber como pode continuar a melhorar.

 

 

Como Criticar Sem Ofender: A Estratégia

 

Pão com sementes

Como Criticar Sem Ofender_Pão Com Sementes

Como Criticar Sem Ofender – Pão Com Sementes

 

Começamos por apontar tudo o que correu bem no trabalho do colaborador. Nesta fase, menciona-se tudo o que é positivo no trabalho. Todas as sementes.

 

Há sempre algo que pode ser apontado como positivo.

Há alturas em que há mais para dizer, há alturas em que já menos para dizer. Se procurarmos coisas positivas, encontramos.

E fazer esta procura e mencionar aspectos positivos (nem que seja uma pequena melhoria em relação a trabalhos passados ou o facto de a apresentação estar pronta no dia) mostram à pessoa que recebe estes comentários que estamos a prestar atenção a tudo, não só ao que correu menos bem.

Fazer isso fará a pessoa sentir-se reconhecida e avaliada de forma justa.

Além disso, conseguirá perceber que há coisas que faz bem e que está a melhorar.

Isto motiva qualquer um.

 

 

Ingredientes no conduto

Como Criticar Sem Ofender_Conduto

Como Criticar Sem Ofender – Conduto

 

Agora sim, podemos focar-nos naquilo que tem espaço para melhoria.

 

Mas… Sem mencionar a palavra “mas”! Se dissermos “a tua apresentação está limpa e organizada, mas a mensagem não foi clara o suficiente” o que foi dito antes desta palavra de 3 letras (ou qualquer outra que seja sinónima) perde força e já só ouvimos o que está depois dela.

Quem recebe esta crítica, que tem como intenção ser construtiva já só ouve “a mensagem não foi clara”, não é? Provavelmente, já aconteceu algo parecido contigo.

Rapidamente, a mensagem deixa de ser uma crítica construtiva e passa a ser só uma crítica.

Só porque a forma como foi dita vai ao encontro da nossa forma inconsciente de eliminar o positivo e reter apenas o negativo.

 

A solução?

Que tal “a tua apresentação está limpa e organizada e a mensagem podia estar mais clara utilizando, por exemplo, mais exemplos e gráficos explicativos do tema apresentado”?

 

Ou até: “a tua apresentação está limpa e organizada. A mensagem podia estar mais clara utilizando, por exemplo, mais exemplos e gráficos explicativos do tema apresentado”?

 

O “mas”, afinal, não é assim tão necessário, pois não? Até é desnecessário!

 

A mensagem é a mesma, a forma como é dita é que é mais agradável de ouvir e, por consequência, mais motivadora e cativante.

 

Além disso, nesta fase, é importante, além de mencionar o que se pode melhorar, a forma como pode ser melhorada!

Só conseguimos melhorar se soubermos como. Se nos disserem que não está bem, ficamos a saber que não está bem, mas não necessariamente como podemos melhorar.

Por outro lado, se nos disserem que não está bem e qual é a melhor forma de melhorar, podemos melhorar.

 

Então, quando o objectivo de dar este feedback é ajudar o outro, queremos sempre dizer as coisas da forma mais potenciadora possível.

 

Pão na base

Como Criticar Sem Ofender_Pão Da Base

Como Criticar Sem Ofender – Pão Da Base

 

Agora o pão da base! Chegamos à última fase da estratégia para criticar sem ofender!

Este é o pão uniforme que vai dar o resumo de todo o trabalho, dando destaque ao ponto mais alto dele.

Desta forma, terminamos numa nota positiva que permite resumir tudo e motivar o colaborador a melhorar ainda mais

 

Em resumo: começamos por especificar o que foi bem feito, depois aquilo que pode ser melhorado, e terminamos dando uma visão geral do trabalho, onde destacamos o aspecto mais positivo do mesmo.

 

A melhor forma de lembrar esta estratégia é:

O pão com várias sementes do topo lembra que há vários aspectos positivos a apontar, Assim, o pão da base será o que nos lembra que esta é a altura de dar o resumo com o ponto alto. Os ingredientes do meio são o que é diferente do resto, logo, lembram-nos que é altura de falar do que é diferente: o que pode ser melhorado.

 

 

Agora, vamos juntar tudo e perceber como é mais agradável receber exactamente a mesma mensagem:

 

“O trabalho estava giro, mas acabou por ser aborrecido e não percebi muito bem.”

 

Neste caso, ficamos a saber que a mensagem não foi muito clara.

 

Ou:

“A parte visual da apresentação estava estruturada, visualmente atractiva e as imagens foram as adequadas. Podes dar mais dinamismo à apresentação se usares exemplos práticos e gráficos para explicar a mensagem. No geral, é um trabalho muito completo e a melhor parte foi a pesquisa tão detalhada que fizeste para compor o trabalho, além da notória dedicação”.

 

Neste caso, ficamos a saber que a mensagem não foi muito clara e como a podemos melhorar, especificamente, além de sabermos o que correu bem e que pode ser repetido.

 

Isto não é esconder o que é preciso ser dito. É dizer de forma a incentivar à melhoria. A mensagem está lá.

 

A diferença é a oportunidade que damos ao outro de melhorar.

 

E isso sim, é um presente.

 

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