Será que a pandemia está a causar-nos algum impacto a nível psicológico?

Até que ponto afecta a nossa forma de estar com os outros? A nossa forma de pensar? A nossa forma de agir?

Há pessoas a ficar mais ricas. Há pessoas a ficar mais pobres.

Há empresas a lucrar. Há empresas a falir.

Há pessoas que sentem pouco o impacto da pandemia no seu dia a dia. Há pessoas que sentem muito o impacto da pandemia no seu dia a dia.

A verdade é que, de uma forma ou de outra, todos fomos impactados pela pandemia.

Este impacto pode ser causador de stress, desorientação e frustração.

Por natureza, o ser humano gosta de conforto. Gostamos do que é conhecido. Gostamos de saber que temos a coisa controlada. Gostamos de saber como reagir.

E agora?

Agora temos algo novo. Algo que não conseguimos controlar. E nem sabemos como reagir.

De repente, somos projectados para fora da nossa zona de conforto, como quem é posto fora de casa ao pontapé, e fecham-nos a porta na cara.

Para piorar a situação, parece não haver data prevista para podermos a voltar a entrar.

Voltaremos, sequer, a entrar? Ou será que esta pandemia significa que está na altura de aprendermos a sair da nossa zona de conforto e construir uma “casa” nova?

Stressante pensar em tudo isto, não?

Stress, sempre houve. O factor diferenciador tem sido a causa dele.

O stress com que lidávamos antes da pandemia era algo já conhecido. Já muito se tinha estudado sobre o tema. Não deixava de afectar as pessoas, mas era algo que as pessoas já conheciam.

Desta vez, é diferente. Este stress é novo. Pandemia e isolamento social são conceitos novos (do ponto de vista prático). É muita coisa junta.

Por isso é tão perigoso este período de grande stress. Vemo-nos forçados a mudar as nossas rotinas de um dia para o outro, a não poder recorrer ao que normalmente ajudava a aliviar o stress e a ter de nos manter funcionais, mesmo com tudo a acontecer.

Não podemos ir ter com amigos ou ao ginásio para libertar a tensão do dia a dia, sem nos sentirmos numa zona de guerra, onde pode explodir uma bomba invisível a qualquer momento.

A nossa escapadinha sagrada vira zona de guerra, de um dia para o outro, e ainda temos de nos manter positivos, como se nada fosse.

É muita coisa.

Mudança também já era algo conhecido. Mas, não desta forma. O estilo de vida, as rotinas, o mercado de trabalho já há muito que estão em mudança. Mas, não de forma tão repentina, com mudanças tão assoberbantes.

Antes, ia-se mudando. Faziam-se ajustes graduais.

Uma troca aqui. Uma troca ali.

Desta vez, de um dia para o outro, passámos a estar todos em casa (ou, quem teve de continuar na rua, só isso passou a ser uma ameaça), passámos a não poder ter contacto físico, passámos a ser um perigo uns para os outros, possíveis portadores de um bicho invisível, potencialmente mortal.

Para agravar a situação, muitas pessoas se viram, repentinamente, sem trabalho. Não ter trabalho podia ser algo que as pessoas já conheciam, mas não quando as previsões de voltar a ter trabalho são escassas, ou porque a economia está o caos, ou porque o sector de trabalho parece que extinguiu, ou porque temos medo de voltar a trabalhar e ficar infectados (e, às tantas, voltar a perder o emprego).

Parece que está tudo a acontecer ao mesmo tempo. Grandes pilares da vida estão a ser atacados ao mesmo tempo: saúde, finanças, família.

Ter tudo a ser abanado ao mesmo tempo gera imenso stress, desorientação e desespero.

Como agir? Como manter a “casa” de pé quando parece estar a ruir à nossa frente, ao lado e nas costas? Como lidar com tanta mudança imprevisibilidade ao mesmo tempo?

Aconteça o que acontecer, o mais importante é manter presente que nós, seres humanos, temos uma capacidade incrível de adaptação. Cada vez mais procuramos soluções para tudo e mais alguma coisa.

Chegámos a este estado de evolução através da adaptação.

Este é um novo momento de adaptação.

É uma oportunidade para nos reinventarmos.

Se, nos últimos tempos, andámos insatisfeitos com as nossas circunstâncias, este bicho invisível mostra-nos que a vida é demasiado curta e preciosa para adiarmos as coisas.

A qualquer momento, sem aviso prévio, tudo pode mudar, da mesma forma que aconteceu quando nos meteram em casa.

A vida é demasiado curta e preciosa.

Parados, não encontraremos soluções.

Como sobreviver no meio do caos?

  1. Respirar fundo e acalmar. O cérebro precisa de oxigénio para funcionar bem.
  2. Escrever num papel todas as nossas preocupações. Dar-lhes nome e forma ajuda sempre a entendê-las melhor. As preocupações perdem força e é mais fácil encontrar soluções palpáveis.
  3. Pôr as soluções em prática.

Esta é a altura de começarmos a comandar o nosso navio.

Esta é a altura de construir um futuro que nos agrade.

Esta é a altura de agir.

São tempos estranhos. À distância, é importante mantermo-nos unidos.

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