Saber como lidar com pensamentos negativos e ansiedade é essencial para alcançar um dia a dia com mais positivismo e harmonia.
Infelizmente, há alturas em que reagimos de forma automática, que parece que não conseguimos controlar e, de repente, já estamos numa espiral negativa e a sentir-nos fisicamente mal.
Reacções automáticas
Reagimos assim porque não conhecemos outra maneira de lidar com as coisas.
Ao longo da vida, fomos criando as nossas próprias maneiras de reagir às variadas situações, mas há alturas em que a forma como aprendemos a reagir não nos é benéfica.
A boa notícia é que, da mesma maneira que aprendemos, podemos reaprender.
Reaprender:
Apesar de não estarmos conscientes disso, passamos pelo processo de aprendizagem diariamente.
É um mecanismo automático do nosso inconsciente que nos ajuda a funcionar cada vez melhor e mais eficazmente.
A partir do momento em que sabemos que existe um processo de aprendizagem pelo qual passamos para aprender, podemos usá-lo a nosso favor e aprender a reagir de forma diferente. Desta vez, fazê-lo de forma consciente.
Imaginemos o exemplo de aprender a conduzir:
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Não sei que não sei
Antes, sequer, de sabermos que não sabemos conduzir, existe uma altura, quando somos mais novos, em que nem pensamos isso. Simplesmente, a mente ainda não está desperta para isso. É como se um carro andasse por magia.
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Sei que não sei
Depois, vem a fase em que nos damos conta que o carro não anda por magia. Percebemos que existe toda uma estratégia para fazer um carro andar e começamos a ficar curiosos sobre como se faz isso de conduzir.
Resumidamente, a mente desperta para o conceito de condução.
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Sei que sei
Quando chega a altura de tirar a carta e, finalmente, começamos a conseguir controlar três pedais, um volante e as mudanças, tudo ao mesmo tempo em que temos de estar com atenção ao que se está a passar ao nosso redor, entramos na 3 fase do ciclo de aprendizagem.
Nesta fase, sabemos que sabemos conduzir. Temos presentes, no nosso consciente, todos os ensinamentos que nos passaram.
Assim que nos aproximarmos de uma rotunda, pensamos que temos de começar a travar e reduzir uma mudança, por exemplo.
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Não sei que sei
Na última fase do processo de aprendizagem, já não pensamos sobre o facto de sabermos as coisas, simplesmente sabemos. Se é preciso travar, travamos, se é preciso reduzir a mudança, mudamos e nem pensamos nisso, de forma consciente.
É nesta fase que conduzir se torna automático.
É também nesta fase que estamos quando surgem pensamentos negativos automáticos e ansiedade.
Assim, agora que já percebemos que não sabemos lidar com pensamentos negativos e ansiedade de outra forma, entrámos na fase do sei que não sei.
Agora, podemos tomar as rédeas das nossas emoções.
Artigo relacionado: "3 Factores Que Nos Impedem De Mudar"
Para mudar a forma de lidar com pensamentos negativos e ansiedade, basta seguir o processo:
3 fases para aprender a lidar com pensamentos negativos e ansiedade
Só podemos lidar com as coisas se as analisarmos.
Por isso, para encontrar novas formas de lidar com pensamentos negativos e ansiedade e dominar a área do “sei que sei”, há 3 aspectos importantes a ter em conta:
Gatilho interno
A primeira fase passa por detectar o que acontece, especificamente, quando começamos a entrar nesta espiral.
Há muitas coisas automáticas que acontecem ao nível inconsciente e isto acontece para evitar que o cérebro esteja sobrecarregado com informação que não lhe é essencial.
Aprender é uma delas.
Reagir é outra.
Imagina o que era, cada vez que tens comichão, teres de pensar em qual braço vais usar para coçar e qual o trajecto que esse braço tem de fazer para coçar no sítio certo.
Ou, por exemplo, imagina que era preciso pensar para conseguirmos respirar! Tornava-se exaustivo conseguir raciocinar sobre outras coisas, com tanto a acontecer ao mesmo tempo.
Pegando na nossa neurologia e na forma como funcionamos, o nosso pensamento funciona através de estratégias, ou seja, processos mentais que nos levam a determinada acção, decisão ou sentimento.
Isto quer dizer que temos um processo interno automático que, em determinadas situações, despoleta pensamentos negativos e ansiedade.
Então, nesta primeira etapa, vamos tornar-nos conscientes de quais são os gatilhos que despoletam estas reacões.”
Só sabendo qual é o factor causador destas reacções podemos criar mudança.
“O que sinto mesmo antes de entrar numa espiral de pensamentos negativos?”
“O que acontece exactamente antes de sentir ansiedade?”
Por outras palavras, quais são os sintomas que resultam em pensamentos negativos e ansiedade?
Gatilho externo
A forma como reagimos às coisas é influenciada por estímulos externos. Quando alguma coisa acontece, reagimos através de emoções.
Assim, a segunda fase é avaliar o que acontece externamente e que nos faz reagir desta maneira.
“Qual é a situação, em específico? Costumo reagir da mesma maneira em situações como esta?”
“Qual é o meu meio envolvente?”
“Quem está à minha volta?”
“Em que estou a acreditar sobre este meio envolvente?”
“Qual é o medo que está associado a esta reacção?”
“O que é que este medo significa sobre mim e sobre as minhas capacidades?”
Nesta fase, percebemos quais são os factores que destabilizam o nosso equilíbrio.
Se queremos criar uma armadura que nos permita reagir com mais ponderação, temos de saber quais são os factores externos que despoletam reacções negativas em nós e é por isso que esta fase é tão importante.
Transformação
Agora que já sabemos o que está na origem dos pensamentos negativos e ansiedade, podemos criar novas alternativas.
Nesta fase, transformamos a forma como lidamos com a situação, para que consigamos reagir de forma mais benéfica.
“Como transformar o medo em força?”
“Como reagiria o meu ídolo?”
“De que outra forma reagiria a melhor versão de mim?
“Que outras respostas há e que me sejam mais benéficas?”
“Como posso preparar-me melhor, de modo a que o meu medo se torne improvável de se tornar realidade?
Medos são apenas avisos. Quando os deixamos paralisar-nos, ficamos numa posição de fraqueza.
Quando ouvimos os avisos e nos precavemos, estamos numa posição de força. Analisando todas perspectivas de uma situação, estamos mais aptos a reagir com mais calma e equilíbrio, uma vez que é menos provável que sejamos apanhados desprevenidos.
“Quem me pode ajudar?”
“Preciso de mais clareza em relação a alguma coisa?”
“Sei o que estou a fazer e para quê?”
Muitas vezes, com falta de clareza sobre o que estamos a fazer, ficamos desnorteados e essa sensação pode gerar frustração.
Da frustração até aos pensamentos negativos e ansiedade “é só um saltinho”, por isso, ser conscientes do que fazemos e para quê é uma óptima forma de evitar estas emoções negativas.
Desta forma, quando estamos bem preparados e sabemos o que estamos a fazer e o seu propósito, é mais fácil estarmos seguros, temos menos medos
Então, estes pensamentos e esta ansiedade perdem força e fundamento.
O resultado desta nova consciência e criação de novas alternativas para reagir a situações desconfortáveis é um maior autoconhecimento e mais harmonia no dia a dia, o que se reflecte, também, nas relações com os outros.
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